Estima-se que no Brasil, 12 milhões de pessoas são acometidas por doenças reumáticas. E a falta do diagnóstico precoce, pode causar danos irreversíveis. Existem mais de 200 doenças relacionadas ao “reumatismo”. E essas afetam cartilagens e articulações, provocando dor, deformação e limitações dos movimentos.

Apesar de até mesmo recém-nascidos poderem sofrer com reumatismo, o surgimento é mais recorrente em pessoas com mais de 50 anos. Dentre os sintomas, dor, inchaço e vermelhidão são bastante comuns. Além de afetar as articulações, músculos e ossos, podem afetar também órgãos internos como pulmões, vasos sanguíneos, rins e cérebro. Por isso, ao identificar os sintomas, um reumatologista deverá ser consultado.

Segundo o depoimento do médico especialista em reumatologia de Itaperuna/RJ, Dr. Bruno Marcondes Ramos Brum, o termo “reumatismo” na verdade não é uma doença em si, mas um termo geral usado para classificar centenas de doenças que atingem geralmente, o sistema locomotor, mas que podem comprometer também outras partes do corpo.

Ainda de acordo com o reumatologista, entre as doenças reumáticas mais comuns estão a osteoartrite (também conhecida como artrose), as lombalgias, a gota, osteoporose, fibromialgia, reumatismos de partes moles (tendinites, bursites), artrite reumatoide, lúpus eritematoso, as espondiloartrites (espondilite anquilosante, artrite psoriásica), além de outras mais raras como a síndrome de sjögren, a esclerodermia, as miopatias inflamatórias, as vasculites, entre outras. “Essas doenças podem ocorrer em adultos jovens e em crianças, porém algumas ocorrem mais em idosos, como a osteoartrose e a osteoporose. Outras mais em homens, como a gota e a espondilite anquilosante. E algumas são mais comuns em mulheres, como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso”, ressaltou.

O médico orienta que os pacientes que apresentarem dor, inchaço, calor, vermelhidão nas articulações por mais de seis semanas, rigidez ao acordar pela manhã, dor na coluna que piora com o repouso, devem procurar atendimento com um reumatologista, pois pode se tratar de uma doença reumática.

A aposentada Ângela Maria Corrêa, 59, que reside na Zona rural de Alto Jequitibá/MG, descobriu o reumatismo aos 12 anos de idade. Segundo ela, na época, o pai, sem muitos recursos a levou em um clínico geral, que a tratou com injeções de Penicilina G Benzatina, conhecida popularmente como benzetacil, até que o organismo dela começou a rejeitar a medicação. “Durante muitos anos tratei com um clínico geral. Quando descobri o reumatismo, meu pai trabalhava para sustentar a casa, não tínhamos condições financeiras para buscarmos um tratamento com especialista em uma cidade maior e com mais recursos. Somente aos 45 anos, após eu ficar três meses sem me levantar da cama, é que recebi indicação para procurar um especialista em reumatologia. Tratei quatro anos com ele, mas por ter demorado muito tempo para receber o tratamento adequado, meu quadro clínico havia evoluído para artrose e osteoporose”, destacou.

Devido a evolução do quadro, foi necessário que Ângela colocasse duas próteses. Pois com a progressão da doença, seus ossos ficaram paralisados. Na primeira prótese, o corpo de Ângela não apresentou rejeição, já na segunda, como boa parte da musculatura estava comprometida, o corpo rejeitou. Foi cogitada a hipótese de uma nova cirurgia, mas a mesma foi descartada. Hoje a paciente faz uso de medicamentos e se locomove com a ajuda de uma muleta.

Grande parte dessas doenças são crônicas e se não tratadas adequadamente podem levar o indivíduo a ter sequelas permanentes, causando prejuízos funcionais que afetam a qualidade de vida. Por isso, é muito importante a avaliação de um especialista, pois com o tratamento adequado e com as terapias disponíveis nos dias atuais, os pacientes podem levar uma vida absolutamente normal.

Dr. Bruno Marcondes Ramos Brum, médico especialista em reumatologia de Itaperuna/RJ

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