Empresários da Firjan entregaram ao presidente Jair Bolsonaro, na tarde desta quinta-feira (28/11), em Brasília, estudo que destaca a necessidade de R$ 40,4 bilhões em investimentos em infraestrutura, para que o estado do Rio de Janeiro retome uma rota de desenvolvimento socioeconômico. Pela manhã, os 36 industriais de todo o estado, entre eles representantes do Norte e Noroeste Fluminense, se encontraram com parlamentares, para os quais apresentaram lista de pleitos específicos de suas regiões.
O documento “Mais Rio, mais Brasil” — que aponta as áreas de saneamento, educação, habitação, mobilidade urbana e segurança pública como prioritárias para o estado — foi recebido por Bolsonaro e pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, no Palácio do Planalto.
“O Rio de Janeiro precisa melhorar sua infraestrutura para que seu ambiente de negócios volte a ser mais atraente para investidores. Assim, teremos mais emprego e renda para os fluminenses. O bem-estar da população está atrelado também ao desenvolvimento do estado. O governo federal precisa participar dessa retomada”, afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, integrante do grupo que se encontrou com Bolsonaro.
O estudo considera um horizonte de 2019 a 2026 para os seguintes investimentos: universalização do saneamento básico em toda a Região Metropolitana (R$ 15,1 bilhões); extensão da Linha 2 do Metrô (Estácio-Praça XV), criação da Linha 3 (Niterói-São Gonçalo), finalização da estação da Gávea e ampliação da Linha Vermelha e da Via Light (R$ 11,4 bilhões); abertura de 213 mil vagas em creche e pré-escola (R$ 1,8 bilhão); criação de 114 mil habitações (R$ 10,9 bilhões); e abertura de 14 mil vagas em quatro novas unidades prisionais (R$ 1,2 bilhão).
Entre os pleitos regionais do Norte Fluminense estão no documento a construção da EF 118 (Rio-Vitória) e a a duplicação da BR101. A ferrovia é considerada essencial para elevar a competitividade do Porto do Açu. Segundo os empresários é fundamental que a obra seja iniciada pelo trecho do Rio de Janeiro em função do potencial de carga superior ao trecho do Espírito Santo.Já na BR 101, parte do trecho teve a obra interrompida em função de contrapartidas exigidas pelo ICM-Bio de difícil cumprimento e que oneram sobremaneira a duplicação.
“Precisamos de empenho político para resolver essas questões que são cruciais para o desenvolvimento da região, disse o representante do Norte Fluminense, Francisco Roberto Siqueira, presidente do Sindicato da Construção Civil da região.
No Noroeste, os pleitos apresentados pelos empresários foram a duplicação da BR 356, a construção do contorno de Itaperuna e a melhoria na qualidade do fornecimento de energia elétrica. Na BR356, o elevado tráfego de caminhões compromete a mobilidade na região. Os empresários acreditam ser fundamental duplicar a rodovia para atender à demanda de movimentação de cargas impulsionada pelo Porto do Açu, além da construção do contorno para melhorar o tráfego em Itaperuna. Outro ponto é que as constantes quedas e oscilações de energia são um problema para as indústrias.
“Precisamos investir na qualidade de energia para viabilizar a chegada de novas indústrias ao Noroeste, além de melhorar as condições de operação das já existentes,” disse o presidente da Firjan Noroeste e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Noroeste, José Magno Hoffmann.
A Firjan ressalta que, como o estado precisa cumprir as medidas do Regime de Recuperação Fiscal, a previsão é que o total de investimentos do governo estadual alcance R$ 18,5 bilhões numa projeção até 2026, volume bem abaixo do necessário. Logo, é fundamental investimento direto do governo federal no Rio. O estudo calcula serem necessários R$ 22 bilhões de aporte da União no estado.
“O encontro com o presidente Bolsonaro foi muito importante, pois ele ouviu dos empresários as reais necessidades do setor produtivo para gerar emprego e renda no estado do Rio”, disse Abrahão Roberto Kauffmann, diretor do Sinduscon-Rio. Raul Sanson, diretor do SIMME, reiterou: “O relacionamento do empresariado com o Legislativo e o Executivo é fundamental.”
“Governar é um grande desafio”, afirmou o presidente Bolsonaro, que reconheceu que “existe uma legislação agressiva em cima de quem produz”. Ele afirmou aos empresários que vai encaminhar o estudo da Firjan aos seus ministros.
Os empresários também se encontraram com o senador Arolde Oliveira e os deputados federais da bancada fluminense Christino Áureo (PP), Gurgel (PSL) e Vinicius Farah (MDB). Líderes empresariais de todas as regiões fluminenses apresentaram aos parlamentares os pleitos prioritários para acelerar o desenvolvimento de seus municípios. Arolde afirmou que vai apresentar as questões apontadas pelos empresários para os ministérios da Infraestrutura e de Minas e Energia. Gurgel manifestou apoio às reivindicações e se colocou como defensor da redução de impostos. Já Farah destacou a importância da Firjan na nova política, com atuação que encurta os caminhos do desenvolvimento.
Ascom