“Você pode me ajudar”. A frase foi seguida de um “Xis”. Escrita por uma mulher, vítima de violência doméstica, de 27 anos, dentro de uma agência bancária em Sobradinho, no Distrito Federal, na última segunda-feira (1º).
A vítima estava em um caixa, fazendo o saque do Bolsa Família, e entregou o bilhete ao funcionário do banco. No texto, ela ainda alertou: “Ele tá aí fora”.
Por causa da pandemia de Covid-19, só é permitida a entrada na agência de uma pessoa por vez, por isso, enquanto a mulher sacava o dinheiro, o marido aguardava do lado de fora.
O bancário entendeu o pedido de socorro e foi atrás da polícia com os colegas da agência. No dia seguinte, a polícia foi até a casa da vítima, que foi encaminhada para uma Casa Abrigo. O agressor não foi encontrado no local.
Coragem e busca de solução
Uma das pessoas que ajudaram o funcionário do banco na busca por ajuda foi Juliana Gomes da Silva, telefonista da agência.
Após saber das tentativas frustradas do colega para registrar o caso na Polícia Civil, Juliana decidiu falar com uma amiga, que é policial militar do batalhão de Planaltina. Ela mandou fotos dos bilhetes: o que pedia ajuda e um segundo, onde a mulher escreveu o endereço.
O texto, além do endereço, descrevia como achar a quitinete onde a vítima morava, dando características como a cor do portão. A mulher também fazia mais um pedido: para que os policiais insistissem.
Violência já foi denunciada
Em 2019, a mesma mulher já havia sido atendida após uma denúncia de violência doméstica. “Agora é com a Justiça. A nossa parte a gente fez. Ela pode receber medida protetiva e, dependendo do entendimento, o juiz expede mandado de prisão pra ele”, explicou o sargento.
A vítima foi encaminhada para uma Casa Abrigo. Até a tarde desta quarta-feira (3), o agressor não havia sido localizado.