“Desafios da liderança feminina na retomada da economia” será tema de palestra na primeira reunião do grupo que, com o apoio da Firjan, busca valorizar a incentivar a inserção de mulheres na indústria
Campos dos Goytacazes, 8 de março de 2021
Com o tema “Desafios da Liderança feminina na retomada da economia”, a diretora de Compliance e Jurídico da Firjan, Gisela Gadelha, abre a primeira reunião do grupo Mulheres na Indústria do Norte Fluminense, que será realizada hoje, Dia Internacional da Mulher, na sede da Representação Regional da Federação em Campos (e também de forma on-line). A iniciativa, que conta com o apoio da Firjan, busca valorizar e incentivar a inserção feminina nas indústrias, num momento em que apenas um e cada quatro profissionais são do sexo feminino, segundo dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
“Vamos trazer dados das desigualdades em razão do gênero no mercado de trabalho, mostrando que as mulheres, por várias razões, foram as mais afetadas na crise provocada pela pandemia. E assim, vamos destacar a importância da liderança feminina para mudar esse cenário, uma questão cultural que a gente precisa enfrentar”, comentou Gisele Gadelha.
O grupo multisetorial conta com 12 representantes das indústrias da região, que vão se reunir mensalmente na sede da Firjan Norte Fluminense – com participações on-line enquanto durar a pandemia. A ideia é fomentar, incentivar e qualificar a participação feminina, contribuindo para a diversificação das empresas e para o desenvolvimento de seus talentos e da própria região.
“A indústria, assim como o mercado de trabalho em geral, é historicamente um ambiente mais masculino, e pretendemos colaborar para que a representatividade feminina tenha mais destaque, trazendo a mulher para o centro do debate do desenvolvimento regional”, disse Monalisa Crespo, idealizadora do grupo e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Campos (Sindvest).
Crescimento de mulheres na indústria
Atualmente, as mulheres representam 32% da força de trabalho da indústria brasileira, segundo dados do portal ODS. O segmento que mais emprega mão de obra feminina é o de confecções e artigos do vestuário, com 75% da força de trabalho. Um dos dados que chama a atenção é o avanço do gênero feminino em setores historicamente dominados por homens, como na indústria extrativa mineral e na construção civil.
O trabalho feminino nas indústrias começou ainda na Revolução Industrial. As mulheres cumpriam grandes jornadas de trabalho enquanto recebiam salários até 60% menores do que os dos homens. Realidade que continua difícil: uma pesquisa feita pelo IBGE em 2009 mostrou que as trabalhadoras em geral ganham, em média, 20,5% menos do que os homens. Mas ao longo dos anos, as profissionais das mais diversas áreas começaram a se organizar e conquistar cada vez mais espaço, a partir do crescimento das indústrias do país.
O aumento da diversidade no mercado de trabalho é uma das práticas recomendadas por especialistas em gestão no mundo inteiro. Entre os benefícios estão a construção de uma cultura de meritocracia, estimulando o colaborador a dar o seu melhor e proporcionando, assim, melhores resultados, além do aumento do potencial criativo do negócio. Um estudo da revista Forbes, por exemplo, diz que a diversidade nas empresas é uma das características impulsionadores de um ambiente inovador.
“Por isso, faremos palestras e cursos para qualificar a mão-de-obra feminina e também conscientizá-las do seu papel cada vez mais importante nas organizações. Também pretendemos fazer projetos sociais, contribuindo assim de variadas formas com a evolução da sociedade norte fluminense”, afirmou Monalisa.