A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), por meio do Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF), realiza nesta semana mutirão para coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. A expectativa é mais que dobrar o banco de perfis genéticos do Rio de Janeiro voltado para a busca de desaparecidos, que hoje conta com 1.280 amostras. O trabalho faz parte de uma campanha nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Podem participar da campanha pais, filhos e irmãos de mesmos pai e mãe de desaparecidos. As coletas serão realizadas desta segunda, dia 14, até sexta-feira, 18, em 13 postos espalhados por todas as regiões do estado (veja a lista abaixo).
A coleta é bem simples e indolor, feita passando na parte interior das bochechas do familiar, com uma espécie de suporte contendo uma pequena esponja na extremidade (semelhante a um cotonete). Todo o trabalho vai seguir os protocolos de segurança e distanciamento adotados por conta da pandemia de Covid-19.
O banco de perfis genéticos do IPPGF existe desde 2012 e é uma referência no Brasil, contribuindo com cerca de 26% das amostras coletadas de familiares no Banco Nacional. Foi no banco estadual que ocorreu, em 2013, o primeiro “match” do país, ou seja, a primeira vez em que um material genético depositado no banco de DNA conseguiu identificar um corpo como sendo o de uma pessoa desaparecida por meio de sistema informatizado (Codis/FBI).
Toda vez que há um corpo não identificado em um exame genético realizado pelo IPPGF, o seu DNA é comparado semanalmente aos perfis genéticos de familiares que já estão no banco. Isso aumenta a chance de chegar à identidade da pessoa falecida e ajudar a família a entender o que aconteceu com ela.
A busca de pessoas desaparecidas não fica restrita somente às amostras coletadas no Rio de Janeiro, pois há uma Rede Nacional Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG/MJSP) que permite a comparação com amostras e familiares de outros estados do Brasil. Com a campanha, mais famílias poderão ser beneficiadas pelo trabalho do IPPGF e de seus parceiros em outros estados.
Em geral, as coletas são feitas por encaminhamento das delegacias, após o registro de desaparecimento. Para a campanha, porém, isso não será obrigatório. Qualquer pessoa com um familiar desaparecido poderá procurar os postos. Neles, haverá policiais civis fazendo o acolhimento e, se o registro ainda não tiver sido feito, os agentes auxiliarão encaminhando as pessoas às delegacias mais próximas.
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