Uma estimativa feita pelo Ministério de Minas e Energia mostra que o aumento do uso das usinas termelétricas, provocado pelo cenário de crise hídrica, custará neste ano R$ 13,1 bilhões para os consumidores. O número representa 45% de aumento em relação à estimativa anterior, informada em junho, que previa custo de R$ 9 bilhões. O cálculo é baseado em simulações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e considera o uso adicional das usinas entre os meses de janeiro e novembro deste ano.
A Agência Nacional de Energia Elétrica projeta aumento de 5% na conta de luz em 2022. O aumento no custo da geração de energia é repassado aos consumidores por meio da bandeira tarifária, taxa extra aplicada à conta de luz. Caso a arrecadação com as bandeiras ao longo do ano não seja suficiente para cobrir os custos, a diferença é repassada para as tarifas de energia.
O ministério de Minas e Energia e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informaram que as ações adotadas pelo governo para preservar a água dos reservatórios das hidrelétricas têm levado ao acionamento de mais usinas térmicas, garantindo o fornecimento de energia. Isso fez com que a previsão de custo do uso da energia térmica ao longo deste ano passasse de R$ 9 bilhões para R$ 13,1 bilhões.
“O custo adicional de despacho termelétrico esperado até novembro aumentou em razão das medidas de flexibilização adotadas, que têm permitido o maior armazenamento de água nos reservatórios e, por consequência, a maior utilização de termelétricas para atendimento à demanda do sistema”, informaram o ministério e a Câmara de Comercialização.
A geração de energia por usinas termelétricas tem batido recorde nas últimas semanas. Na sexta-feira (9), o país gerou 19,2 mil megawatts médios (MWmed) de energia por térmicas. O valor é recorde para a série histórica. Para efeitos de comparação, a produção térmica diária não ultrapassou 15,4 mil MWmed em janeiro deste ano. Na crise energética de 2014, o recorde diário foi de 15,8 mil MWmed. Em 2001, o Brasil praticamente não tinha usinas termelétricas. Ainda de acordo com o MME, o uso das térmicas de janeiro a junho já custou R$ 6,6 bilhões.
No mês passado a Aneel reajustou os valores das bandeiras tarifárias, deixando a conta de luz ainda mais cara. O valor da bandeira tarifária patamar 2, que está em vigor neste mês, passou para R$ 9,492 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha patamar 1 passou para R$ 3,971 a cada 100 kWh. A amarela passou para R$ 1,874 a cada 100 kWh. A bandeira verde, que indica boas condições de geração de energia, é gratuita, ou seja, sem valores adicionais na conta de energia do consumidor.
Com informações do g1.