O Brasil voltou ao mapa da fome. A insegurança alimentar quase dobrou, segundo FAO, ONU e OMS. Para se ter noção da gravidade, entre 2018 e 2020, a fome atingiu 7,5 milhões de brasileiros. Já entre 2014 e 2016, esse número era bem menor: 3,9 milhões. Em um País arrasado pelo governo Bolsonaro, a falta de renda atinge em cheio mais de 14 milhões de desempregados. Na nação que já celebrou a redução da miséria, falta até mesmo esperança em dias melhores.

Já são 49,6 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada ou grave. Desde o ano passado, a pandemia ajudou a agravar o cenário, mas fica o questionamento: o que fez Bolsonaro para reduzir tais danos? Lembremos que o capitão-presidente e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, tinham o objetivo de oferecer apenas 200 reais aos brasileiros no início da crise sanitária. Foi o Congresso Nacional que batalhou e garantiu o auxílio emergencial de 600 reais.

O que vemos em curso é um projeto neoliberal cruel de ódio ao povo. O teto de gastos públicos prejudica investimentos em áreas básicas com a redução brutal do orçamento. Há um desmonte da rede de proteção social e combate à pobreza. Além disso, o caos administrativo em áreas sociais decisivas como a saúde e a educação, com sucessivas trocas de ministros, fragiliza a atenção necessária nesses âmbitos. São elementos que definem a destruição do Estado social brasileiro e que condenam milhões à morte.

O benefício, apesar da nossa luta, sofreu diversos ataques, como a suspensão e a redução do valor. Hoje, está em míseros 150 reais e beneficia menos pessoas. Ano passado, o auxílio custou 290,9 bilhões de reais, valor que sofreu uma queda cruel para 44 bilhões em 2021. O auxílio menor inviabiliza a sobrevivência, pois diminui os gastos com a alimentação e nega o direito básico à nutrição de qualidade.

Francamente, como se vive com tão pouco? A inflação de alimentos segue em disparada e é sentida por 86% dos brasileiros. 63% tiveram que mudar hábitos para equilibrar o orçamento, segundo pesquisa EXAME/IDEA. Isso entre os que conseguem comer, já que 100 milhões de mulheres e homens no Brasil se encontram em insegurança alimentar segundo relatório da Ação de Cidadania com mais 57 organizações.

São milhões de brasileiros que não sabem o que vão comer ou, até mesmo, se vão comer. A situação degradante é reflexo de um governo que não cuida do povo. Em diferentes quesitos, Bolsonaro se negou a cumprir seu papel como presidente. Negligenciou vacinas, reduziu o auxílio, não garantiu renda e emprego. Ao contrário. Como tem mostrado a CPI da Pandemia, pode estar cada vez mais envolvido com escândalos de corrupção envolvendo a compra de imunizantes.

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