Servidores do sistema prisional em Muriaé são alvo da Operação “Panóptico”, realizada nesta quinta-feira (5). Mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos no município e ainda em outras dez cidades do Estado. 

A ação é coordenada pela Polícia Federal (PF) com apoio das polícias Civil, Militar e Penais Estadual.

Assessoria de comunicação da Polícia Federal ainda não retornou contato sobre como foi a operação em Muriaé.

Investigação 

De acordo com a PF, as investigações começaram com as ocorrências de tráfico de drogas, concussão e corrupção passiva, após apreensão de uma barra de maconha com um detento na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem. 

Com o preso ainda foi apreendido um aparelho celular com mensagens e cópias de comprovantes bancários em favor da mulher de um servidor, o que indicava a participação de trabalhadores da unidade prisional em um suposto esquema de corrupção dentro do presídio. 

A evolução das apurações identificou a participação de policiais penais, advogados, detentos e de outros estabelecimentos penitenciários, servidores públicos do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e um assessor parlamentar de um deputado estadual, de nome não informado.

 Alvo 

Os servidores púbicos apontados como suspeitos de participar do esquema ocupam altos cargos de direção dentro do sistema prisional mineiro. As investigações evidenciam a participação de diversas pessoas, de forma associada, para práticas criminosas que envolvem o recebimento de vantagem indevida em troca de transferências prisionais e outros benefícios dentro do sistema. 

Força-Tarefa 

A força-tarefa tem 23 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão e 5 medidas cautelares de afastamento de função pública, expedidas pela Vara de Inquéritos da Comarca de Contagem. Eles estão sendo cumpridos nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Contagem, Vespasiano, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Ouro Preto, Patrocínio, Francisco Sá, Muriaé e São Joaquim de Bicas, e em Mossoró (RN) e Viana (ES). A ação desta quinta conta com a participação de 214 policiais das instituições integrantes da força-tarefa.

Os autos tramitam em segredo de Justiça e o acesso é restrito ao Juízo, Polícia Judiciária, Ministério Público e os envolvidos. O nome da operação é um termo usado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785.

*Com informações do G1

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