O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) denunciou em um novo levantamento divulgado ontem (19) que 49 escolas públicas municipais da capital fluminense permanecem abertas mesmo com casos de covid-19 e pediu o imediato fechamento dessas unidades. O número representa um aumento em relação ao relatório anterior, do dia 17, em que 31 escolas estariam nessa situação.

Procurada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME) questiona que “o que é tratado como levantamento do sindicato não tem qualquer embasamento científico”. O órgão afirma que cumpre rigoroso protocolo sanitário e segue as determinações da Secretaria Municipal de Saúde e do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, formado por especialistas e pesquisadores.

Já o Sepe afirma que o relatório é produzido com base em denúncias dos profissionais de educação e que enviou o documento em ofício direto ao secretário municipal, Renan Ferreirinha. Além do fechamento imediato das escolas com covid-19, o sindicato pede que o governo municipal feche todas as escolas até que a campanha de vacinação alcance um grau massivo de imunização da população. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o município do Rio vacinou 71,8% da população com a primeira dose e 34% com as duas doses ou dose única.

Protocolos

A Secretaria Municipal de Educação afirma que monitora as escolas por meio de ferramentas de gestão que permitem uma visão sistêmica e uma análise de cada unidade escolar. A SME afirma que o distanciamento social é respeitado em todas as escolas, que também estão abastecidas com álcool em gel, sabonete líquido, máscaras para toda a comunidade escolar e demais itens para o funcionamento adequado. Já o sindicato traz relatos de problemas no cumprimento dos protocolos, como um caso em que a escola tem salas de aula sem ventilação e outra onde muitos profissionais não usam máscara.

O levantamento afirma que 26 escolas estão fechadas por causa de casos de covid-19, e 37 tiveram turmas suspensas por esse motivo. Apesar de questionar o relatório do sindicato, a SME informa que as suspensões de aulas são temporárias e que essas turmas voltaram a assistir aulas online para não ter prejuízos.

Segundo a secretaria, quando há confirmação de casos entre alunos ou funcionários, a recomendação do protocolo sanitário é que haja sanitização da unidade. “Após o período de 14 dias, cada uma delas retomará as suas atividades presenciais normalmente”, diz a secretaria, que afirma que os pais são a favor das aulas presenciais “As aulas prosseguem normalmente na rede municipal. Em levantamento recente, 82% dos pais e responsáveis se manifestaram positivamente pelo funcionamento das escolas com aulas presenciais”.

Variante Delta

No boletim epidemiológico desta sexta-feira (20), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, alertou que a cidade enfrenta o momento com o maior registro de casos de covid-19 de 2021. “A gente tem que torcer, fazer o trabalho terapêutico, ter os leitos à disposição, mas tem também que torcer para que os números de óbitos e o agravamento dos casos de covid não se verifique. Estamos nesse momento com o maior número de pessoas com covid em todo o ano de 2021. Não é uma situação confortável”, disse o prefeito.

Segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a média móvel de novos casos em sete dias chegou ontem (19) a 1.879,57 novos registros diários, o maior valor desde 21 de maio. Como o patamar de maio foi influenciado por um represamento de casos antigos, a incidência da doença pode estar em seu maior nível na cidade do Rio de Janeiro desde o início da pandemia.

Em sentido contrário, as mortes por covid-19 estão em queda na cidade e chegaram ontem à média móvel de 36,71 novas vítimas diárias em um período de sete dias. No boletim semanal do Observatório Covid-19, divulgado ontem, pesquisadores da Fiocruz explicam que a queda pode ser resultado das campanhas de vacinação, que reduzem os riscos de agravamento da doença, mas não impedem completamente a transmissão do vírus Sars-CoV-2.

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