Policiais civis estão nas ruas na manhã desta quinta-feira (16) para cumprir 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão na Operação Ábaco, deflagrada contra a maior rede de agiotagem do estado, após 11 meses de investigação pela 76ª DP (Niterói). Até o momento 33 pessoas foram presas. A ação acontece simultaneamente no Rio, em Santa Catarina, no Ceará, em Minas Gerais e no Espírito Santo. O grupo chegou a ter 70 escritórios em diferentes cidades do Brasil.
Quebras dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos revelaram para a polícia que a quadrilha movimentou R$ 70 milhões nos últimos quatro anos. Os agiotas atuavam com empréstimos a juros abusivos, a maioria com taxas superiores a 30% por mês. O que surpreendeu os agentes durante a investigação é que eles cobravam das vítimas dívidas antigas, que foram contraídas com agiotas mas já haviam sido quitadas, e praticavam extorsões até mesmo cobrando dívidas falsas de empréstimos que nunca existiram.
Os agiotas conseguiam em bancos de dados de sites de consulta as informações pessoais da vítima, seus parentes e vizinhos. O objetivo era contatar pessoas próximas para fazer ameaças, “com a intenção de que o pavor provocado em todos ensejasse o pagamento das supostas dívidas”, diz a Polícia Civil.
O líder da quadrilha é dono de um famoso quiosque na Praia de Camboinhas. Guilherme Andrade Aguiar, o Macarrão, de 39 anos, foi preso em janeiro pela 76ª DP (Niterói), em Minas Gerais. Os membros do grupo devem responder por extorsão, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.
Cerca de 200 agentes participam da operação, que conta também com 60 viaturas das unidades que integram o 4º DPA (Niterói, São Gonçalo e Região dos Lagos), 5º DPA (Sul Fluminense e Costa Verde), 7º DPA (Região Serrana), DGPI (Departamento Geral de Polícia do Interior) e do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada). As Polícias Civis de Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará dão apoio às equipes da Polícia Civil do Rio.
*Com informações de O Dia