Faltando menos de um mês para o Natal, consumidores já começaram a perceber o aumento no preço dos itens que compõe a mesa da ceia. Uma pesquisa prévia realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou a variação no valor desses alimentos. O preço do Bacalhau, por exemplo, que é tipicamente consumido na data aumentou 12,34%, assim como o do Chester, que subiu 7,27%. Esse aumento é influenciado sobretudo pelo alto índice inflacionário deste ano.

 Somente a prévia da inflação para o mês de novembro já é a maior para o período desde 2002 (1,17%), conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o indicador já acumula alta de 9,57%. 

Outros produtos que são muito consumidos nesta época do ano também sofreram variação de preço, como o azeite (4,79%), o peru (7,27%), a azeitona verde (21,91%) e o panetone de frutas cristalizadas (25,96%). As frutas também não escaparam da alta, principalmente o morango (25,35%), a uva (4,90%) e o pêssego (3,83%). Para o economista Gilberto Braga, essa variação de preço deve forçar os brasileiros a fazerem uma ceia “mais econômica e criativa”.

“A ceia de Natal de 2021 será fortemente influenciada pela inflação alta e pela desvalorização cambial. Itens tradicionais ficaram bem mais caros e devem determinar uma mudança na mesa do brasileiro. Quem gosta de manter a tradição, deve ficar atento as promoções nas grandes redes de supermercado. Todas elas têm convênios com algumas marcas que são oferecidas com preços mais atraentes em itens como azeites, vinhos e espumantes”, afirmou. 

O consultor de varejo Marco Quintarelli relembrou, ainda, a influencia da variação cambial sobre os preços finais desses produtos. “A grande variação é explicada pela dolarização de produtos importados. Na cadeia de abastecimento brasileira, por exemplo, a alimentação das aves e suínos tem como base farelos de milho e soja, que são comercializados em dólar. Fora isso, tivemos aumento de diesel e energia elétrica e tudo isso reflete no valor que é repassado para o consumidor”, explicou. 

Assim como o economista, Quintarelli reforçou a importância de fazer trocas inteligentes para evitar extrapolar orçamento estipulado para a ceia de Natal. “Esse é o momento da criatividade, querendo ou não as aves ainda estão com preço melhor do que as carnes de uma maneira geral, o suíno também. A saída é fazer uma ceia mais brasileira, com proteínas e diversidades de pratos, além de optar por frutas nacionais”, orientou. 

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