O secretário municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Marcelo Feres, deu início à parceria com o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos, visando à alfabetização das mulheres privadas de liberdade. A medida visa oferecer o ensino básico na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), a fim de promover a ressocialização dessas mulheres enquanto cumprem as penas determinadas pela Justiça. A diretora da unidade prisional, Letícia Arêas, recebeu o secretário na unidade. 

Acompanhado da coordenadora do Programa Saúde na Escola (PSE), Cátia Melo, e da coordenadora da EJA, Greice Mara, ele doou às internas um projetor de imagem (fruto de parceria com a Receita Federal) e 20 kits escolares contendo livros didáticos e outros itens como lápis, caneta, hidrocor e borracha. O secretário destacou que a parceria tem o objetivo de reconhecer e fortalecer ainda mais o trabalho já realizado na unidade prisional. 

“Estamos apoiando quem já faz. Aonde tem pessoas precisando da nossa assistência, nós vamos ao encontro. Da mesma forma como estamos fazendo no Acampamento Cícero Guedes em Cambaíba, onde demos início à Educação do Campo e estamos garantindo outros serviços da Prefeitura. Nosso próximo desafio será estender essa parceria para o Presídio Masculino”, afirmou Marcelo.

Segundo Letícia, há 164 internas. Desse total, 20 estão em processo de alfabetização. As aulas são ministradas por uma das internas que é formada em Pedagogia. No entanto, segundo Letícia, com a oferta dos kits, será possível ampliar as turmas, dobrando o número de alunas.

“Estamos muito felizes com essa primeira sementinha plantada nesta unidade prisional que entende e apoia a importância da educação atrás das grades. Dez das alunas não sabiam nem ler nem escrever absolutamente nada. Agradecemos a Secretaria de Educação do Município de Campos dos Goytacazes pela parceria com a Seap em estar disponibilizando os kits de materiais de estudo que farão a diferença na vida dessas internas. Estamos hoje dando oportunidades de estudo que muitas internas no passado não tiveram, pois precisavam trabalhar para se sustentar. Costumo dizer que precisamos aqui ressocializar para, no futuro, conquistarem algo melhor. E não existe ressocialização sem a educação, por isso, mais uma vez, agradeço essa parceria e ressalto aqui a importância de estarmos ampliando com novos projetos como a EJA nos presídios, não só no presídio feminino, como no masculino também. Me coloco à disposição para estarmos dando continuidade nesse projeto”, comentou Letícia.

Representando o diretor de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Rodrigo Carneiro, também participaram da ação a coordenadora da gestão da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) em Campos, Micaela Albertini; e a assistente social da PNAISP, Luciane Barreto.

“Com essa ação, a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia implementa o projeto Educação Solidária em Ação, cujo objetivo é conscientizar para ações que promovam o ser humano, exercitar o altruísmo, despertar a solidariedade em prol de dignidade para aqueles que mais necessitam. Iniciamos esta ação no Presídio Feminino, cuja referência é a construção de uma política pública integrada e cooperativa, tanto no âmbito da Educação de Jovens e Adultos, quanto no âmbito da Administração Penitenciária. Esta parceria singular visa contribuir para a ampliação de um lindo projeto que contribui para a restauração da autoestima e para a reintegração destas mulheres à sociedade. Parabenizamos a direção do Presídio pela sensibilidade em promover esta iniciativa para estas internas e para nós que passamos a integrar este projeto, é uma dádiva para melhorarmos cada vez mais como seres humanos”, disse Cátia.

Greice Mara também falou sobre a didática do projeto. “Para o próximo ano, a ideia é criar uma turma de EJA dentro do próprio presídio, com atuação dos profissionais da Seduct, ampliando ainda mais o projeto e a parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

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