O Estado do Rio chegou ao 3º trimestre com alta de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao 2º trimestre de 2021, de acordo com uma análise da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan).
O estudo destaca que o Estado chegou ao 5º trimestre seguido com aumento do PIB, confirmando maior dinamismo da economia fluminense frente à economia nacional, que registrou recuo de 0,1% no mesmo período.
Ainda segundo a Firjan, na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 4,2%, beneficiada pelo arrefecimento da pandemia do coronavírus no Estado do Rio, e a normalização da mobilidade urbana.
Os dados são do estudo “Rio de Janeiro: resultados e perspectivas para o PIB”, divulgado pela Firjan neste final de ano, com o resultado do 3º trimestre reforçando a perspectiva positiva de que a economia fluminense vai encerrar o ano retomando o caminho para uma trajetória mais sólida de crescimento.
“Diante desse ambiente mais favorável, a projeção para a atividade econômica fluminense foi ligeiramente revisada para cima desde a última nota, de 4,2% para 4,4% ao fim de 2021”, comentou o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Gerente de estudos econômicos da Firjan, Jonathas Goulart avalia, na análise setorial, que a indústria da Construção Civil continua sendo o grande destaque da economia fluminense, com um crescimento de 7,5% no 3º trimestre desse ano em relação ao 3º trimestre de 2020.
“O momento favorável da cadeia de Construção Civil é confirmado pela recuperação do mercado de trabalho formal, que registrou um saldo positivo de 13.430 vagas de empregos no ano até outubro de 2021, recuperando todas as vagas perdidas durante a pandemia. A indústria de Transformação também registrou bom desempenho, a despeito das dificuldades nas cadeias de insumos. O segmento registrou taxa de crescimento de 5,7% no período em relação ao 3º trimestre de 2020. O setor de Serviços também teve resultado positivo (+4,5%) frente ao 3º trimestre de 2020, impulsionado pelo avanço da vacinação que repercutiu sobre a recuperação da mobilidade urbana e sobre o desempenho mais favorável no mercado de trabalho”, detalhou a Firjan.
Além dos avanços na vacinação contra o coronavírus, a Firjan ressalta que, tanto a conjuntura internacional quanto a nacional enfrentam algumas condições mais adversas nos últimos meses, tornando o cenário para 2022 bastante desafiador, segundo o estudo.
“As perspectivas de crescimento das economias mundiais foram revisadas para baixo, diante de uma taxa de juros mais elevada para conter o aumento do nível de preços global, entre outros fatores. Já a nível interno, a possibilidade de uma mudança na regra do teto de gastos ganhou ainda mais força, tornando as perspectivas para as contas públicas em nível federal mais pessimistas. Vale destacar que, além do grave problema fiscal, o elevado nível de preços da economia brasileira também vem pressionando a taxa de juros para cima”, analisou a Firjan.
Ainda de acordo com o estudo, há 2 cenários alternativos para 2022. No cenário pessimista, devido à desaceleração global, agravando e reduzindo o crescimento dos países emergentes exportadores, como o Brasil, e impactando a balança comercial fluminense, os técnicos da Firjan estimam o PIB do Rio em apenas 0,8%.
Já no cenário otimista, a Firjan estima um crescimento da economia fluminense em 3,4% do PIB em 2022, diante de uma aceleração no ritmo de retomada da economia mundial e da necessária aprovação das reformas administrativa e tributária de maneira ampla.
Segundo Jonathas Goulart, a piora do cenário para a economia nacional, comandada pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro Paulo Guedes, também afeta as previsões de retomada da economia do Estado.
“Diante da piora em relação ao cenário nacional, que tem sido um entrave à retomada mais consistente da confiança na atividade econômica fluminense, revisamos para baixo a previsão de crescimento do Rio de Janeiro para 2% no próximo ano. Já no nível nacional esperamos um crescimento do PIB de 0,5% em 2022”, alerta o gerente de estudos econômicos da Firjan.