O inquérito sobre a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, apresentado à Justiça, mostra que a Polícia Civil levou ao menos três dias para intensificar as investigações sobre o caso. Elas foram aceleradas após manifestações da família no fim de semana. ivermectina 6 mg preo ultrafarma
O dono do quiosque Tropicália, onde Moïse foi morto, foi notificado no dia 28 para comparecer à Delegacia de Homicídios –três dias depois do registro da morte do congolês. A determinação era que ele se apresentasse nesta quarta-feira (2). Os autos também não deixam claro quando as imagens do crime foram apreendidas. Depoimento do responsável pelo quiosque indica que isso só ocorreu três dias depois.
A apuração foi acelerada após protestos da família no sábado (29) em frente ao quiosque Tropicália. O comerciário se apresentou nesta terça (1º) à polícia, um dia antes do determinado, após a repercussão do caso.
Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, Brendon Alexander Luz da Silva, 21, e Fábio Pirineus da Silva, 41, funcionários de dois quiosques da orla, confessaram a participação no crime, segundo a polícia, e foram presos temporariamente nesta terça, com base nos novos depoimentos obtidos no mesmo dia.
“Tivemos uma semana praticamente sem nada feito. ivermectin injection face A partir da mobilização da sociedade e da visibilidade que a imprensa deu ao caso, em três dias, de 31 até hoje [terça], o inquérito andou e já existem pessoas presas”, afirmou Álvaro Quintão, presidente da comissão de direitos humanos da OAB RJ.
Procurada para comentar a condução da investigação, a Polícia Civil afirmou que as “informações serão esclarecidas durante a investigação, que está em andamento e segue sob sigilo”.
Moïse foi morto a pauladas na noite do dia 24, segunda-feira da semana passada. De acordo com os documentos do inquérito, o registro de ocorrência foi feito na madrugada do dia 25. Naquele momento, a polícia não tinha a identificação exata do congolês.
O primeiro depoimento tomado naquela madrugada foi do funcionário do Tropicália com quem Moïse discutiu antes de começar a ser agredido. Neste primeiro momento, a testemunha mentiu aos policiais sobre o que havia acontecido. Ele disse que estava colocando gelo dentro do isopor de coco quando ouviu os gritos do congolês e presenciou o início das agressões. O funcionário do quiosque também disse aos agentes que não conhecia os autores nem a vítima. Esta testemunha retificou sua versão nesta terça e confirmou que sua discussão com Moïse originou a confusão e identificou os responsáveis pelas agressões contra o imigrante.
Na tarde do dia 25, o irmão de Moïse foi ouvido após reconhecer o corpo da vítima no IML (Instituto Médico-Legal). Nele, a polícia tomou conhecimento de que o congolês trabalhou no Tropicália e que a primeira testemunha o conhecia.
Novo depoimento só foi tomado na sexta-feira (28). Uma prima de Moïse identificou o primeiro nome do dono do quiosque e menciona a existência de imagens do crime.
No sábado (29), a família do congolês organizou um protesto em frente ao quiosque com cobertura da imprensa local. Depois disso, o caso ganhou nova velocidade. ivermectina eficaz Na terça, oito pessoas foram ouvidas. Entre elas, os três suspeitos que reconheceram a autoria do crime, segundo a polícia.
Com base nesses depoimentos e nas imagens coletadas, a autorização para as prisões temporárias foi solicitada à Justiça, oito dias após o crime. O pedido foi apresentado ao plantão judiciário sob o argumento de que havia risco de “grande risco de manifestações violentas como protesto” pelo crime.
O depoimento do dono do quiosque indica que ele só foi procurado no dia 28, quando foi intimado a depor.
Em seu parecer, o Ministério Público menciona a falta de clareza sobre o momento em que as imagens foram coletadas.
“O crime ocorreu em 24 de janeiro de 2022. Ocorre que, até a presente data [terça], os autores não haviam sido identificados. Em determinado momento das investigações foram obtidas imagens de câmeras de segurança que flagraram o momento da empreitada criminosa e seu ‘modus operandi’. Contudo, a identificação dos autores ocorreu na data de hoje, através dos depoimentos prestados por testemunhas e das declarações dos próprios autores”, escreveu a promotora Bianca Gonçalves.