Em dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), no fim do ano passado, a cidade de Macaé confirmou seu destaque estadual na criação de postos de trabalho em 2021, terminando o ano à frente até mesmo da capital fluminense.
Com 7.394 novas vagas de trabalho abertas em 2021, Macaé ficou em 1º lugar entre todas as 92 cidades do Estado nesse quesito, superando o Rio de Janeiro, que fechou o ano com 7.211 novos empregos com carteira assinada.
As informações reforçam o papel da Capital Nacional do Petróleo na economia fluminense, que fechou 2021 com um saldo comercial recorde de 10 bilhões de dólares, o maior em 11 anos, também segundo dados da Firjan, divulgados nesta semana.
Os dados são referentes à diferente entre os valores em exportações e importações, gerando um aumento de 44% nas exportações, que refletiram na alta das vendas, justamente, da indústria de óleo e gás.
De acordo com a Firjan, os 10 bilhões de dólares são resultado dos 32,5 bilhões de dólares em exportações e dos 22,4 bilhões de dólares em importações, maiores valores da série histórica iniciada em 2000, chamada de Boletim Rio Exporta.
“O crescimento, principalmente das exportações, reflete o aumento das vendas da indústria de petróleo e gás. As exportações fluminenses registraram alta de 44% no acumulado anual, enquanto as importações tiveram expansão de 21% no mesmo período”, comentou o coordenador da Firjan Internacional, Giorgio Luigi Rossi.
A Firjan aponta que 2021 foi um ano de recuperação dos resultados do comércio exterior brasileiro, após os impactos da pandemia do coronavírus em 2020, que geraram incertezas no empresariado nacional e internacional.
A Federação ressalta ainda que, com o incremento de 46% no ano, a indústria de petróleo e gás registrou participação de 74% nas exportações fluminenses, reforçando a vocação do Estado para esse mercado que teve na Shell um dos destaques nesse setor, empresa que tem investimentos de mais de 700 milhões de dólares em Macaé.
“A contribuição do Brasil foi fundamental nos nossos resultados na área de petróleo e gás, por oferecer uma das melhores oportunidades do mundo em águas profundas. Atualmente, toda a nossa produção de petróleo é exportada, e é natural que a alta da cotação do barril, a variação cambial vista no ano passado e nosso volume de produção, que chegou a uma média diária de 400 mil barris, tenham sido fatores que levaram a esse resultado”, avaliou o gerente de Regulação de Gás e Energia para a Shell América Latina, Alexandre Cerqueira.
O executivo lembra que grande parte dos mais de 30 contratos de exploração e produção de óleo e gás da Shell Brasil fica no litoral do Estado, como a Usina Termelétrica (UTE) Marlim Azul, que tem previsão de iniciar operações em 2023.
Ainda de acordo com os dados da Firjan, a indústria do petróleo não foi a única a colaborar com o avanço de 89% nas vendas fluminenses de produtos semimanufaturados, que totalizaram 2,9 bilhões de dólares, com destaque para as exportações dos setores de Metalurgia (alta de 79%) e Máquinas e equipamentos (78%).
O Rio Explora Firjan mostra também que as vendas de produtos básicos subiram 45% e as de manufaturados, 21%, fechando a corrente de comércio anual do Estado em 54,9 bilhões de dólares, mantendo o Rio como o 2º player em participação nacional, atrás apenas de São Paulo.
“Entre os produtos, destacam-se os semimanufaturados de ferro ou aço enviados para o mercado norte-americano (+ 82%). Com o aquecimento da economia dos EUA (Estados Unidos da América), o país se manteve como principal mercado para o Estado, excluindo petróleo, representando 43% das exportações fluminenses. A China, por sua vez, foi o nosso principal comprador de petróleo (48% dos embarques). Nas importações, as compras fluminenses de óleos brutos de petróleo cresceram 65%, com destaque para Arábia Saudita. A alta do preço do barril de petróleo impactou diretamente nos valores recordes de exportações e importações. O preço do barril saltou de US$ 51,22 em janeiro para US$ 77,24 em dezembro. Adicionalmente, as compras de combustíveis e lubrificantes cresceram 237%. Nas indústrias, os principais desembarques foram na categoria Outros equipamentos de transporte, que incluem plataformas de petróleo, concentrando 21% do total. Entre os produtos, o principal foi gás natural liquefeito (GNL), alta de mais de 1.000%. Ênfase também para os desembarques originados de países sul-americanos como o Paraguai (energia elétrica), alta de mais de 1.000%; Argentina (+ 87%); e Chile (+ 153%)”, concluiu a Firjan.