Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a economia brasileira teve um desempenho mais favorável do que se previa para o primeiro trimestre de 2022. O PIB nacional cresceu 1,0% na comparação com o trimestre anterior, sobretudo, devido aos dados de atividade de março surpreendentemente mais positivos, que foram influenciados pelo comportamento positivo do setor de serviços.

Apesar desse resultado, conforme a Firjan, a economia nacional deve ter sua performance comprometida na segunda metade do ano, devido aos efeitos defasados da taxa de juros e aos impactos da guerra da Ucrânia, que já resultaram em escassez de insumos e choques globais de preços de commodities.

Estes efeitos já são observados sobre a queda significativa do poder de compra da população e o baixo nível de produção da indústria brasileira no primeiro trimestre, que só deve mostrar maior ímpeto a partir de 2023 com a reorganização das cadeias produtivas. Este setor tem enfrentado problemas logísticos diante das sanções comerciais e do aumento dos custos de produção decorrentes da guerra em curso.

Entre os países desenvolvidos, o primeiro trimestre de 2022 já foi marcado por um resultado mais fraco da atividade econômica. No período, o PIB americano apresentou queda frente ao trimestre anterior (-0,36%), assim como a terceira maior economia do mundo, a japonesa (-0,25%). Entre as grandes economias europeias, destacam-se a queda do PIB italiano (-0,16%), e o crescimento modesto da Alemanha (+0,20%) e dos países da OCDE (0,10%).

Por fim, a crise sanitária e o conflito no leste europeu exacerbaram os problemas estruturais enfrentados há anos pela economia brasileira e o resultado positivo do primeiro trimestre do ano não se sustentará. Os gargalos estruturais tornam o momento propício para que o país reforce as políticas públicas que possibilitem um crescimento sustentável.

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