Símbolo de resistência e luta contra a segregação racial no Rio de Janeiro, o Salão Violetas, localizado em Cambuci, Região Noroeste Fluminense, foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) nesta terça-feira (6/12).  O “Salão dos Negros”, como era conhecido, passa agora a ser um bem preservado legalmente pelo Estado.

O ato de tombamento é de vital importância para a preservação e manutenção da memória fluminense, e o Inepac tem trabalhado com o objetivo de reafirmar os papéis de proteção e de fiscalização conferidos legalmente ao instituto. O Salão Violetas resistiu ao tempo e foi abraçado pela sua comunidade, cumprindo um papel social e histórico muito relevante para o município – ressalta a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.

A história do “Violetas” começou em 1928, quando o salão comunitário foi inaugurado com o intuito de abrigar os bailes e festejos da comunidade negra, já que, de acordo com historiadores e relatos da época, os negros eram impedidos de frequentar as festas realizadas no tradicional Salão Céu Azul.

“O Salão é um exemplar arquitetônico frequentemente empregado na zona rural da Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Na década de 20, a execução de fachadas constituídas por embasamento e corpo de linguagem arquitetônica simplificada, e com o coroamento elaborado, era popular na região”, disse Ana Cristina Carvalho, diretora do Inepac.

Lugar de referência para a memória, identidade e história da sociedade fluminense, um símbolo de resistência e das discriminações existentes no pós-abolição no Estado do Rio de Janeiro, o espaço fica localizado na Rua Coronel Sérgio Pita, nº 146, no distrito de Monte Verde.

Acordo técnico de preservação
Em junho deste ano, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj) e a Prefeitura de Cambuci assinaram um termo de cooperação técnica para mapear as referências culturais do município, com intuito de identificar possíveis bens que podem ser tombados futuramente.

O inventário está em desenvolvimento por pesquisadores da Prefeitura, em parceria técnica com o Inepac, para mapear os bens que preenchem os requisitos de patrimônio histórico e cultural. As ações também auxiliam no fomento ao turismo, conferindo atividades econômicas ou culturais que permitam a sustentabilidade do bem tombado.

Com informações SFn.

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