A febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela, é uma doença grave e de alta letalidade. O alerta foi feito pelo presidente do Instituto Vital Brazil, Alexandre Chieppe, na manhã desta quarta-feira (14/06), em entrevista à rádio Bandnews durante a Semana da Saúde de Bangu, na Zona Oeste do Rio. Chieppe, que é infectologista e foi secretário de Estado de Saúde até o ano passado, foi questionado por conta dos últimos dois casos de morte confirmados em São Paulo na terça-feira (13/06). O estado de SP tem seis óbitos registrados no total desde janeiro deste ano. No Rio de Janeiro, foram oito casos de febre maculosa registrados no período, com dois óbitos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, do dia 01 de janeiro a 14 de junho de 2023, foram registrados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), 40 casos suspeitos de febre maculosa, já retirados os descartados para outro agravo. Dos 40 casos suspeitos, 8 foram confirmados, sendo que 2 evoluíram a óbito por febre maculosa. No município de Itaperuna 3 casos foram confirmados e houve 2 óbitos pelo agravo. Outros 5 casos ocorreram sem evoluir a óbito: 2 em Nova Iguaçu; 1 em Angra dos Reis; 1 em Itaocara; e 1 em Natividade.
Diante da letalidade da doença e dos recentes casos no país, principalmente em São Paulo, a SES-RJ ressalta que é fundamental um diagnóstico rápido e preciso.
“Quando o tratamento é iniciado nos primeiros cinco dias após o início da exposição, as chances de cura são muito elevadas. Mas se realmente não for diagnosticada a doença, o risco de morte é muito grande, infelizmente”, afirma Alexandre Chieppe.
Geralmente, a incidência da febre maculosa se dá nas chamadas áreas endêmicas, onde já existe a transmissão, que ocorre por meio do contato do ser humano com o carrapato infectado pela bactéria causadora da doença.
O maior risco da febre maculosa ocorre no período da sazonalidade, que começa justamente em junho e vai até setembro. No momento ou mesmo em outras épocas do ano, explica a SES-RJ, é importante que as pessoas tomem alguns cuidados caso visitem ou residam em áreas endêmicas, como as regiões Serrana, Noroeste e parte da Norte no Estado do Rio de Janeiro.
“Se a pessoa esteve em uma área endêmica e apresentou um quadro de febre, é preciso procurar imediatamente um médico e informar que esteve nesse local, evitando que se confunda com outras doenças para não prejudicar o diagnóstico”, ressalta o presidente do Instituto Vital Brazil.
Como o carrapato-estrela costuma ficar em animais, como o cavalo e a capivara, principalmente, outra medida importante, destaca a Secretaria de Saúde, é o uso de roupas claras quando estiver numa região endêmica, ou em área de mata. A tonalidade da roupa facilita a identificação da presença do carrapato para que possa ser retirado.
Fonte: Na boca do povo