Em Itaperuna, RJ, a Secretaria Municipal de Saúde, vem dando sequência a várias frentes de trabalho visando proporcionar aos munícipes, atendimentos e serviços de qualidade.
Recentemente, a Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde (CVAS), juntamente com a Coordenação de Atenção Primária à Saúde – APS/Itaperuna, com o apoio da equipe de enfermagem e ACS da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Boa Ventura realizaram ação de prevenção, conscientização e distribuição de mensagens educativas, na sala de espera da respectiva UBS.
As equipes também realizaram abordagem nas ruas, junto à população, além de promoverem roda de conversa com os trabalhadores da fábrica de bermudas Vest Surf; e palestra para aproximadamente 100 alunos do C. E. Senador Sá Tinoco, sobre a febre maculosa e o carrapato-estrela. Na oportunidade, foram distribuídos panfletos informativos e educativos sobre carrapatos, os sinais e sintomas da febre maculosa, doença transmitida através da picada do carrapato-estrela infectado.
AÇÃO MAPEADA POR GEOPROCESSAMENTO
A CVAS, responsável pelo trabalho de identificar e controlar a presença dos carrapatos nos locais das infecções, explicou, que a ação conjunta com os ACE e ACS no Distrito de Boa Ventura foi necessária, porque a Vigilância Epidemiologia de Itaperuna relatou que havia ocorrido óbitos de três pessoas moradoras daquela localidade, confirmados por análises feita nas amostras de sangue, enviados ao LACEN/RJ – Laboratório Central Noel Nutels no Rio de Janeiro. É importante reforçar que toda a ação foi mapeada por geoprocessamento, a fim de detectar possíveis locais de contaminação.
Segundo a Vigilância Epidemiológica de Itaperuna existem cerca de 30 pessoas com suspeitas de febre maculosa e já foram notificadas no município de Itaperuna, neste ano. Alguns, o diagnóstico foi negativo. Porém, outros ainda estão aguardando os resultados do LACEN.
POPULAÇÃO DEVE FICAR EM ALERTA
O coordenador da CVAS Adriano Azevedo lembra “que a população em geral deve ficar alerta e se cuidar, quando estiver em áreas de pastos, rios, cachoeiras ou locais onde existam animais silvestres, principalmente capivaras, que servem como hospedeiros para os carrapatos. Normalmente, as pessoas são infectadas ocasionalmente, em passeios por trilhas, pescando ou praticando caça”, explica.
A enfermeira responsável pela UBS Boa Ventura, Marcia Deplan, ressalta a importância dos cuidados que as pessoas devem ter com relação aos sinais e sintomas da febre maculosa. “A principal forma de prevenção, é não estar em locais onde há a presença de carrapatos, principalmente nos períodos de seca, quando são mais frequentes. Sendo assim, os profissionais de saúde quando atenderem um paciente, devem observar o seu histórico, principalmente saber se a pessoa esteve em regiões onde há registros de casos de febre maculosa. Precisa saber se estiveram em áreas onde existam capivaras, cavalos ou animais silvestres. Com relação aos sintomas e sinais, é importante que as pessoas fiquem atentas, porque a doença tem sintomas parecidos com a dengue ou outras doenças, e se não diagnosticada em tempo hábil, por exame sorológico, pode evoluir e ser letal”, finaliza.
FIQUE POR DENTRO
A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato Amblyomma cajennense, popularmente conhecido como carrapato-estrela. Ele não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros. A espécie transmissora da doença, pode ser encontrada em animais de grande porte (bois, cavalos etc). Porém em algumas situações, até cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente, na capivara, que são hospedeiros mais comuns.
Para transmitir a doença o carrapato deve estar infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, e precisa ficar grudado na pele por cerca de quatro horas. No período de seca ou estiagem, há a maior proliferação desse parasita. A doença começa de forma repentina com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções como febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite e desânimo. Posteriormente, aparecem pequenas manchas avermelhadas que crescem e se tornam salientes.
Formam lesões, parecidas com uma picada de pulga, às vezes apresentam pequenas hemorragias sob a pele. Aparecem em todo o corpo e também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças como sarampo, rubéola ou na dengue com complicações.
PREVENÇÃO
Para se proteger e facilitar a visualização dos carrapatos e dos micuins é muito importante que as pessoas, quando entrarem em locais de mato, estejam de calça e camisa compridas e claras (usar branco) e, preferencialmente, de botas.
A parte inferior da calça deve ser posta dentro das botas e lacrada com fitas adesivas. Se possível, evite caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e, a cada duas horas, verifique se há algum deles preso ao seu corpo. Quanto mais depressa ele for retirado, menores os riscos de infecção. Ao retirar um carrapato, não o esmague com as unhas. Com o esmagamento, pode haver liberação das bactérias que têm capacidade de penetrar através de pequenas lesões na pele; também não force o carrapato a se soltar encostando agulha ou palito de fósforo quente.
O estresse faz com que ele libere grande quantidade de saliva, o que aumenta as chances de transmissão das bactérias transmissoras da doença. Os carrapatos devem ser retirados com cuidado, por meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele. Existem também repelentes com concentrações maiores do produto químico DEET (N-N-dietil-meta-toluamida), que são eficientes contra mosquitos e carrapatos.
OBSERVAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
– Cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir rickettsias. Deste modo, se você tem o hábito de levar o seu cão para viajar com você para áreas rurais, tome cuidado para que ele não se torne reservatório da febre maculosa quando você retornar para a sua cidade. Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;
– Para quem mora nas regiões rurais, é bom não deixar os cães dentro de casa e procurar fazer com frequência a higiene dos animais, principalmente dos cavalos, com carrapaticidas. Uma medida eficaz, que também evita a proliferação dos carrapatos, é aparar o gramado rente ao solo uma vez por ano na época das águas, de preferência com roçadeira mecânica. Com o capim baixo, os ovos ficarão expostos ao sol e não vingarão, quebrando-se o ciclo do parasita;
– A febre maculosa é mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins;
– Não se esqueça de que os sintomas iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas e procure um médico para diagnóstico e tratamento.
Fonte: Decom