A previsão do tempo aponta que a chuva deve perder força a partir desta terça-feira (14) no Rio Grande do Sul. Apesar disso, o poder público permanece em alerta por causa do aumento dos níveis de rios e lagos consequência dos acumulados de chuva dos últimos dias.
Medição da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) registra que o nível do Guaíba, em Porto Alegre, atingiu 4,78 metros às 7h15 desta segunda-feira (13) – e não para de subir: foram 17 centímetros em pouco menos de 9 horas. Bairros das regiões Norte e Central estão alagados.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Porto Alegre enfrenta o mês de maio mais chuvoso desde 1961: foram mais de 306 milímetros desde o dia 1º, o triplo do esperado.
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta para uma cheia duradoura do Guaíba, e repique com nova elevação que pode chegar até 5,5 metros. O lago apresentou leve alta no domingo com oscilações entre 4,62 m e 4,65 m, após descer lentamente durante a última semana.
Região Sul
A Região Sul do estado também está em alerta. Mais de 2 mil pessoas estão fora de casa em Pelotas e Rio Grande devido ao aumento do nível da Lagoa dos Patos.
O Canal São Gonçalo, em Pelotas, que deságua na lagoa, bateu a marca de 2,88 metros, o mesmo nível da enchente de 1941, na noite de domingo. O governador Eduardo Leite alertou para a invasão das águas nas cidades de São Lourenço do Sul, Pelotas, São José do Norte e Rio Grande.
Região dos Vales
O Cemaden emitiu no domingo (12) novo alerta de riscos hidrológicos e geológicos muito altos no estado. O Rio Taquari, que desagua no Guaíba, ultrapassou os 26 metros no domingo à noite em Lajeado, tirando cerca de 1,1 mil de casa. Em Estrela, são 10 mil que precisaram de acolhimento em abrigos públicos ou casa de amigos e parentes.
O Rio Caí, que já está em cota de inundação, deve “apresentar elevação, gerando inundações severas”, conforme a Defesa Civil do estado.
Região da Serra
Apesar de não sofrer com alagamentos, o problema das cidades da Serra do Rio Grande do Sul são os deslizamentos de terra, já que estão localizados em regiões mais altas, próximas de morros.
Em Caxias do Sul, moradores ficaram assustados após terem sentido tremores de terra. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil investigam as causas e avaliam a região para se certificar se há ou não risco à população.
Já em Gramado, uma rua desmoronou por causa das chuvas dos últimos dias. Quase 1 mil pessoas tiveram que sair de casa em diferentes bairros da cidade devido a infiltrações em imóveis e risco de deslizamentos de terra.
Tendência
De acordo com a Climatempo, a previsão é de temporais para as regiões da Serra, Litoral Norte, e Norte.
Entre terça (14) e quarta-feira (15), a previsão é de tempo firme, com queda de temperaturas a ponto de haver geada em algumas regiões.
Na quinta-feira (16), a previsão indica o retorno da chuva.
Tragédia no RS
Com nove mortes confirmadas no domingo (12), o RS chegou a 145 vítimas por conta dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. O último boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 132 desaparecidos e 806 feridos.
Com a chuva no estado, o número de pessoas fora de suas casas aumentou de cerca de 441 mil, registrado no sábado (11), para mais de 618 mil. Mais de 81 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
Fonte: G1