Um grupo de pais fez um novo protesto pelo fim da greve no Colégio Pedro II — que já dura mais de 2 meses —, na porta da unidade da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação ocorreu na manhã desta quarta-feira (19) durante uma reunião do Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (Sindscope), que decidia sobre a última proposta do Ministério da Educação de reajuste médio salarial de 31,2% em 4 anos.

“Nós, pais, estamos aqui para apoiá-los na votação. O que vocês decidirem, nós queremos estar com vocês nessa luta. Mas para isso pedimos: encerrem a greve, as crianças estão sofrendo muito já”, pediu o motorista Renan Maia.

“Eu gostaria muito, muito mesmo que os servidores hoje votassem com sabedoria e pensando principalmente nas crianças e nas famílias, no impacto que está acontecendo agora”, disse o agente de turismo Leandro Oliveira.

O que for acordado será encaminhado para a reunião do Sindicato Nacional, marcada para sexta-feira (21).

Preocupação dos pais

O servidor público Felipe Cândido alega que tanto tempo sem socialização e estudo tem afetado o emocional dos estudantes.

“A minha filha era uma criança tranquila, já está no Pedro II há 4 anos. Acho que vindo da pandemia e agora juntando com essa greve, na verdade o ano letivo ainda nem começou no Pedro II, e já estamos no mês seis. Ela frequentou 1 dia, esse ano, a escola. Ela tornou-se uma criança agressiva, está uma criança antissocial e fazendo terapia por causa disso”, relata.

Com cartazes e um carro de som, os pais dizem que não são contra as reivindicações dos profissionais, mas fazem um apelo para a situação de quem estuda.

“A minha filha faria o 1º ano dela no Colégio Pedro II. Ela está na fase de alfabetização e é justamente a fase primordial, para o início de qualquer pessoa”, conta Leandro.

A estudante Thalita Russo, de 15 anos, já está no ensino médio. Segundo ela, está preocupada com o próprio futuro profissional que sente estar cada vez mais perto.

“A gente entende completamente essa situação, mas é muito difícil porque nosso calendário já estava atrasado. Teve a prova da Uerj, vai ter a prova daqui a uns 4 meses, eu acho, do Enem, e como é que faz, sabe? Não tem um preparatório adequado para isso”, explica.

“Muitos outros vieram com uma dificuldade em decorrência da pandemia, tiveram aula até março. Aí houve pequeno recesso e primeiro de abril, voltaram às aulas. Para no dia 2, deflagrar a greve. Então está pesado, voltem por favor. É o apelo que nós pais fazemos por vocês”, pede Renan.

O que dizem as autoridades

TV Globo procurou o Sindscope, mas não houve posicionamento sobre o resultado da assembleia desta quarta.

Em nota, a reitoria do colégio disse que as decisões sobre a greve são responsabilidade do sindicato.

O Ministério da Educação declarou que a pasta está aberta ao diálogo com os trabalhadores e que a proposta do governo, além do reajuste médio do salário, inclui aceleração na progressão de carreira e incentivo à qualificação dos servidores.

Fonte: G1

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