A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (13), Renata Andreia Moura Teixeira, de 47 anos, acusada de jogar ácido no cadáver do amante, na tentativa de destruí-lo, em Higienópolis, na Zona Norte. O crime aconteceu em novembro de 2022 em um apartamento na comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão.
Segundo a Polícia Civil, a mulher é acusada de usar produtos químicos para dissolver o corpo. Ela teria usado uma lata de creolina e um ácido conhecido como Diabo Verde. Na época, o fato chamou a atenção de vizinhos, que acionaram policiais.
A mulher foi presa em flagrante com cartões da vítima, teve a prisão convertida para temporária, mas recebeu liberdade, pois ainda havia elementos a serem comprovados.
Em fevereiro de 2023, o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), aceitou a denúncia contra Renata e a tornou ré pelo crime de destruição, subtração e ocultação de cadáver, que tem pena de um a três anos de prisão. Além disso, o magistrado decretou sua prisão preventiva.
A denúncia do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) narra que Renata tentou destruir o cadáver de William Wanderley Ventura do Amaral. O crime só não se consumou por completo, pois o filho da vítima foi ao apartamento enquanto a denunciada cometia o delito, o que forçou a mulher a fugir.
O homem encontrou a mulher na região e a levou até o imóvel. Ao entrar no apartamento, o filho localizou o corpo do pai no chão, ao lado da cama, coberto por um pano vermelho e com sangue escorrendo.
Em depoimento, Renata confessou o crime. Ela contou que frequentava festas com William e, no dia 30 de outubro de 2022, a mulher disse que ofereceu uma canja para o homem comer, mas ele teria falado que estava passando mal e não conseguiu ingerir a comida. A acusada destacou que, na noite desse dia, a vítima começou a ficar gelada e caiu.
Ainda segundo a oitiva, Renata alegou que ficou apavorada e sem saber o que fazer, tendo retornado para sua casa e não avisou ninguém sobre o ocorrido. Em 5 de novembro de 2022, ela voltou para a residência da vítima para tirar o mau-cheiro e sumir com o corpo. Para o juiz Paulo Jangutta, a mulher agiu de forma desumana.
“Importante observar que a denunciada teria agido, ao que tudo indica, de forma desumana, insensível, uma vez que demorou mais cinco dias para retornar ao apartamento, onde sabia que a vítima já estaria morta, estando, inclusive, já em estado de putrefação. Além disso, a ré teria calculado minuciosamente a forma exata de como iria destruir o cadáver, usando os produtos “creolina” e “diabo verde”. Denota-se, portanto, que considerando a extrema gravidade do crime, é necessário resguardar a ordem pública e impedir a prática de novos delitos. Some-se a isso que o psicológico do filho da vítima teria sido atingido, em razão de ter encontrado o corpo de seu pai morto já em estado de putrefação, motivo este que pode ter lhe causado graves danos psíquicos”, escreveu na decisão que decretou a prisão preventiva da acusada.
Renata era considerada foragida há mais de um ano. De acordo com a Polícia Civil, ela se escondia dentro do Complexo do Alemão, o que dificultava a incursão dos agentes para sua prisão. Ela foi detida nesta terça-feira (13) por agentes da 1ª DP (Praça Mauá) pelos crimes de destruição, subtração e ocultação de cadáver.
Fonte: O Dia