A cidade de Miracema, no Noroeste Fluminense, dá um passo histórico em direção à sustentabilidade e à saúde pública com o início das operações da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) local. Com o novo sistema, operado pela Águas do Rio, até 4 milhões de litros de esgoto deixarão de ser despejados diariamente no Ribeirão Santo Antônio, protegendo o meio ambiente e promovendo mais qualidade de vida para a população.


Os trabalhos começaram em novembro, mês que marca os três anos de operações da concessionária, e colocam o município como referência em saneamento básico na região. A construção da ETE foi realizada pela prefeitura local, e a unidade começou a funcionar após adaptações nos sistemas e investimentos feitos pela Águas do Rio.


Segundo Adjelson Lopes, coordenador de Engenharia da empresa, as melhorias incluíram impermeabilização e reparos nos decantadores, que, entre outras coisas, retêm os materiais sólidos suspensos no esgoto, como areia, lama e outros resíduos. Também foram substituídas tubulações e realizados serviços de manutenção em equipamentos essenciais, como motores, bombas, centrífugas de desidratação de lodo, além da recuperação da parte elétrica da ETE.


Ainda de acordo com a Águas do Rio, todas as elevatórias de esgoto da cidade foram recuperadas. Nos últimos sete meses, a concessionária realizou testes para garantir o pleno funcionamento da estação. A elevatória é uma espécie de poço equipado com bombas que transportam o esgoto do ponto mais baixo para um mais elevado, até chegar à estação de tratamento.
“Para ativar a ETE, dividimos o projeto em etapas. Começamos com os testes e a reforma das elevatórias e finalizamos a segunda etapa com a revitalização da unidade, que já começou a receber o esgoto para tratamento. Seguiremos para a próxima fase, que inclui obras estruturais e será concluída em 2025, sem prejuízo ao trabalho que já começou”, explicou a gerente de Operação da Águas do Rio, Gabriela Coutinho.


Mais saúde e qualidade de vida


O esgoto doméstico é composto por toda a água e os resíduos que ela carrega pelos encanamentos de casas e estabelecimentos comerciais. Ele é formado, basicamente, por 99,9% de água, 0,1% de sólidos e inúmeros organismos vivos, como bactérias, vírus, vermes e protozoários, que são liberados junto com os dejetos humanos.


No Brasil, esse material, na maioria das vezes, é lançado em rios e mares sem nenhum tipo de tratamento, causando diversas doenças em seres humanos. Para evitar isso e recuperar os ecossistemas, é necessário o tratamento adequado, realizado nas Estações de Tratamento de Esgoto. Esses locais utilizam processos químicos e biológicos para retirar boa parte da carga poluente e devolver à natureza o material despoluído.


Marcelo Nocelle, especialista em Ciências Biológicas e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que o processo impactará diretamente na qualidade de vida dos habitantes de Miracema.

Fonte: Comunicação Águas do Rio

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