Foram os grãos de café que saíram da Fazenda Serra do Boné, localizada na cidade de Araponga, em Minas Gerais, que levaram o troféu de melhor café do mundo. O ‘Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy’ aconteceu na última semana de novembro, em Nova York, e reuniu os melhores cafés de nove países.

A família Sanglard trabalha no ramo de café há mais de 20 anos. A trajetória teve início com o senhor Carlos Sérgio, pai dos irmãos Matheus Lopes Sanglard e Nathan Lopes Sanglard, que, junto com a mãe e a irmã, gerenciam a fazenda atualmente.

Fazenda Serra do Boné ganhou o 'Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy' — Foto: Arquivo Pessoal

Fazenda Serra do Boné ganhou o ‘Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy’ — Foto: Arquivo Pessoal

“Araponga é conhecida como berço dos cafés especiais, o que despertou o interesse do meu pai. No começo, ele não sabia muito sobre o setor, mas se empenhou, correu atrás e começou a se dedicar para aprender e trabalhar”, contou Matheus, responsável pela área de produção da fazenda.

Mas o que leva um café a ser eleito o melhor do mundo? Matheus explica que a região geográfica da fazenda influencia diretamente na qualidade do produto.

Produção de café da família foi fundada pelo pai — Foto: Arquivo Pessoal

Produção de café da família foi fundada pelo pai — Foto: Arquivo Pessoal

“Estamos às margens da Serra do Brigadeiro, com mil e 400 metros de altitude. Esse fator é interessante para a qualidade do café, porque faz com que a planta desacelere o desenvolvimento, e fique mais tempo no pé. Isso permite que ela acumule mais sólidos e açúcares e a bebida tenha mais qualidade”, disse.

Apesar da localização prestigiada da fazenda, o engenheiro agrônomo destaca a necessidade constante de alinhar técnicas e conhecimento para garantir a qualidade.

Região geográfica da fazenda é um dos fatores que influenciam diretamente na qualidade do produto — Foto: Arquivo Pessoal

Região geográfica da fazenda é um dos fatores que influenciam diretamente na qualidade do produto — Foto: Arquivo Pessoal

“O nosso principal objetivo é sempre garantir a qualidade do processo como todo, que vai do planteio, até o café que chega na xícara das pessoas”, completou o engenheiro agrônomo

Esse é o legado que a família segue, deixado pelo senhor Carlos Sérgio, que faleceu em 2019. Os irmãos estudaram e se juntaram com o pai para seguir no ramo do café.

“Trabalhei por oito anos com o meu pai, fiz faculdade de engenharia agrônoma, e voltei para a fazenda, cada um tinha o seu conhecimento. Era uma troca diária, foi um privilégio cada momento”.

Irmãos estudaram e se juntaram com o pai para seguir no ramo do café.  — Foto: Arquivo Pessoal

Irmãos estudaram e se juntaram com o pai para seguir no ramo do café. — Foto: Arquivo Pessoal

‘O troféu é a consagração da trajetória do meu pai’

O concurso é organizado por uma empresa italiana, conhecida por comprar cafés de diversos países e exportá-los. Matheus explicou que, inicialmente, são selecionados os melhores cafés nacionais de nove países, e esses vencedores avançam para a final, que acontece em Nova York.

“Foi a primeira vez que participamos. Quando conquistamos o primeiro prêmio de melhor café brasileiro, ficamos extremamente felizes. Mas, quando anunciaram o melhor café mundial, ficamos emocionados. Esse prêmio é uma homenagem ao meu pai, que nos ensinou tudo sobre o café. Ele consagra a trajetória dele!

Café foi destaque em premiação de Nova York — Foto: Arquivo Pessoal

Café foi destaque em premiação de Nova York — Foto: Arquivo Pessoal

O café foi destaque pela técnica de produção de grão despolpado, que aumenta a quantidade de açúcares naturais e intensifica os aromas, diferenciando a bebida.

Fonte: G1

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