Com a presença de 15 empresárias dos mais variados segmentos, a terceira reunião on-line do grupo Mulheres na Indústria do Norte Fluminense trouxe um panorama do crescimento de iniciativas empresariais que buscam inserir mais mulheres no mercado de trabalho. A informação foi passada pela palestrante Rita Valente, analista de Responsabilidade Social da Firjan, que falou sobre programas de qualificação feminina de três empresas fluminenses, e da possível adesão de outras três apenas em Macaé – todas no mercado de Óleo e Gás, notoriamente dominado pelo público masculino.
“É de suma importância termos conhecimento dessas evoluções em nossa região para que possamos também nos tornarmos agentes multiplicadoras de iniciativas tão louváveis. Sabemos que muitas empresas têm interesse em programas desse tipo, mas muitas vezes não sabem por onde começar. Daí a importância de darmos visibilidade a essas iniciativas”, disse Monalisa Crespo, idealizadora do grupo, conselheira da Firjan Norte Fluminense e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Campos (Sindvest).
Entre as empresas que já empreendem programas desse tipo estão a Baker, a Ocyan e a GNA – esta, presente na penúltima reunião do grupo. A empresa que atua no Porto do Açu, em São João da Barra, criou em parceira com a Firjan SENAI Campos, o Programa de Qualificação Profissional, que em apenas dois dias, atraiu mais de 1 mil inscrições – das quais 20% eram mulheres em cursos como Construção Civil, Eletricidade, Mecânica, Logística e Solda.
“Este programa vem contribuindo com a inserção feminina de tal maneira, que profissionais do Porto nos relataram que as mulheres estão entre as melhores soldadoras do local”, comentou a gerente executiva regional da Firjan SENAI SESI, Ivana Licurgo.
Já Rita Valente, analista da Divisão de Projetos Integrados de Responsabilidade Social da Firjan SESI – DPIRS, falou sobre um case de sucesso junto com a empresa Baker Hughes, que iniciou um projeto de qualificação profissional com foco na promoção da diversidade e no desenvolvimento das competências socio emocionais das mulheres. Das 20 participantes da primeira edição do projeto, 12 foram contratadas pela própria Baker e o projeto virou um programa fixo, que hoje compõe o calendário anual da organização.
“Já temos outras três empresas de Macaé interessadas em programas com esse viés, de formação profissional para mulheres, visando a inserção no mercado de trabalho. Então este é, sim, um movimento que vem ganhando corpo dentro das empresas para que tenhamos uma sociedade com mais equidade de gênero e mais inclusiva”, disse Rita.
Outra iniciativa com foco em gênero vem da Ocyan, também em parceria com DPIRS, trata-se de um minicurso on-line e gratuito sobre Empreendedorismo Feminino, com foco em mulheres em situação de vulnerabilidade social. O objetivo é viabilizar a geração de renda para futuras empresárias e impulsionar novos negócios, trazendo para a reflexão das participantes a importância do empreendedorismo como um motor econômico e social. Mas, além de programas como esses, é possível também utilizar as leis de incentivo fiscais em projetos de promoção e inclusão feminina no mercado de trabalho.
“É possível ter, por exemplo, um projeto de cultura no qual mulheres do ramo de vestuário contam suas trajetórias, seu trabalho desde a criação até o produto final. Isso traria uma dimensão cultura, emocional e financeira dessa área como forma de gerar renda, e também fortalecer as histórias das mulheres inseridas nesse contexto”, explica Eliane Damasceno, coordenadora de Projetos Integrados em Responsabilidade Social da Firjan.
Próximas iniciativas
Além de dar visibilidade a esses temas, o Mulheres na Indústria do Norte Fluminense já programa outras ações de capacitação e de cunho social. Na próxima terça-feira (dia 25/05), às 19h, haverá uma live com “Elas – Clube de Finanças”, grupo que promove educação financeira por meio de leituras e encontros. Já na área social, elas já estão se mobilizando pela campanha do agasalho, a fim de arrecadar roupas novas e seminovas nos tamanhos M e G. As doações já podem ser feitas na sede da Firjan Norte Fluminense (Rua Bruno de Azevedo, nº 37, Parque Tamandaré).
O grupo se mobiliza ainda em prol da campanha SESI Cidadania Contra a Fome, que busca ajudar pessoas em situação de extrema pobreza impactadas pela crise provocada pela pandemia. A Firjan SESI Campos (Avenida Bartolomeu Lisandro, nº 862 – Parque Jardim Carioca, Guarus) e a Firjan SESI Macaé (Alameda Etelvino Gomes, nº 155 – Riviera Fluminense) estão arrecadando alimentos. Também é possível doar pelo site https://sesicidadaniacontrafome.firjan.com.br/.