Ao lado das previsões de desenvolvimento nos setores de energia e portuário, a construção de novas estradas no Norte e Noroeste Fluminense promete mudar o patamar logístico da região, diversificando a economia com uma série de novas oportunidades de negócio. Por isso, a Firjan elaborou um Mapa Viário mostrando como a região poderá ser integrada nacionalmente a partir de um grande corredor viário (clique aqui e confira). Parte dessas obras – que terá recursos do leilão da Cedae, num total de R$ 17 bilhões em investimentos – foi anunciada na última sexta-feira (13/08) pelo Governo do Estado, como a Ponte da Integração e a recuperação de 882 quilômetros de rodovias.
O Mapa Viário mostra uma série de intervenções em infraestrutura no Norte e Noroeste Fluminense, reivindicadas pela Firjan aos governos estadual e federal, e muitas delas já confirmadas. É o caso da construção da RJ-244 (Porto do Açu-Campos), que já passou por consulta pública. O novo acesso vai retirar cerca de 500 caminhões que seguem por dia até o Açu, facilitando, por exemplo, o escoamento de carretas superdimensionadas como a do último fim de semana, que exigiu grande mobilização das autoridades.
“Além da energia – e isso inclui petróleo, gás, solar e eólica –, a logística poderá se tornar, num futuro próximo, no grande gerador de emprego e renda da região. É preciso, portanto, mobilizar a sociedade e as autoridades em torno dessa causa que será fundamental para o nosso desenvolvimento”, afirma o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.
Outros projetos presentes no mapa foram confirmados pelo Governo do Estado na última sexta-feira, como a conclusão da Ponte da Integração, que vai melhorar o deslocamento entre São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. O governo anunciou ainda a melhoria de 10 mil km de estradas de produção, “a maioria no interior”, segundo o governador, responsável pelo escoamento da produção agrícola. Além da recuperação de 882 km de estradas estaduais, que correspondem a 50% das RJs. As estradas a serem reformadas ou construídas não foram detalhadas pelo governo, mas no documento “Rio Canteiro de Obras”, elaborado pela Firjan a pedido do Governo do Estado, foram destacadas 20 vias em várias regiões do estado – cinco delas em Campos e Macaé e outras nove no Noroeste, como mostra o mapa.
“Com a melhoria nos acessos, a tendência é que o distrito de São João da Barra e a região como um todo fiquem mais atrativas à chegada de novas empresas ligadas à logística, à importação e exportação de produtos diversos a partir do Porto do Açu”, explica Leonardo Ribeiro, analista de Estudos Econômicos da Gerência de Infraestrutura da Firjan.
Corredor Logístico do Norte e Noroeste
O Mapa Viário da Firjan também mostra um conjunto de intervenções cujo edital deverá sair ainda neste ano: o chamado Eixo Noroeste, que engloba as RJs 122 (Guapimirim-Cachoeiras de Macacu), RJ-158 (Carmo), RJ-160 (Carmo-Cordeiro) e RJ-186 (Santo Antônio de Pádua-Bom Jesus do Itabapoana). Ao todo serão 195 quilômetros de extensão, com previsão de faixas adicionais, implantação de acostamento e outras melhorias, facilitando o acesso do Norte e Noroeste Fluminense ao estado de Minas Gerais, à Região Serrana e à capital do Rio. Com isso, as indústrias do Noroeste também terão acesso mais facilitado ao Porto do Açu e a outros mercados, com potencial de desenvolver setores como o agronegócio.
Estas intervenções são o primeiro passo do que se tornará um novo Corredor Logístico da região, com potencial de trazer um desenvolvimento integrado nas cidades fluminenses. Para isso, a Firjan busca articular os governos estadual e federal em outras frentes: no Norte, é o caso da Estrada do Contorno que seria interligada a essas novas conexões, trazendo benefícios também para a mobilidade urbana de Campos. Da mesma forma que, no Noroeste, o Contorno de Itaperuna facilitará o fluxo de moradores e de veículos em direção aos distritos industriais e ao Porto do Açu.
A maior das intervenções, no entanto, seria a construção da Estrada de Ferro Rio-Vitória (EF-118), obra ainda em estudo pelo Governo Federal. Com ela, 15 municípios fluminenses estarão interligados, assim como os portos de Macaé e do Açu, no Rio, e Vitória, no Espírito Santo. Todos, por sua vez, estarão conectados à malha ferroviária nacional, podendo atrair negócios de todo o Brasil para a região.
“A ferrovia vai beneficiar não só o Rio, como o Brasil, pois será conectada à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), melhorando o acesso ao estado de Minas Gerais e ao Centro-Oeste. Isso beneficiará o escoamento de mercadorias dessas regiões, que estarão conectadas ao litoral fluminense. No caso, o Porto do Açu tem grande potencial e estrutura para se tornar um grande exportador de grãos”, explica Leonardo.