Secretário de Saúde de Campos na gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros) e de volta ao cargo desde a última sexta-feira (27), no governo Wladimir Garotinho (PSD), o médico Paulo Hirano, que já estava no governo como subsecretário, sabe que o novo desafio é ainda maior devido à pandemia do coronavírus.

Nessa terça-feira (31), em entrevista para rádio, Hirano comentou sobre o panorama da cidade, que segue na fase amarela e sem risco de colapso, mas alertou que com a propagação da variante Delta não há dúvida de que o município pode viver um novo pico da Covid-19.

O secretário também projetou o início da obra do Hospital Geral de Guarus (HGG), informando que o atendimento na unidade não vai parar durante a construção e que a previsão do governo é terminar a primeira etapa da reforma em abril do ano que vem. Já a expectativa de conclusão é de dois anos.

Paulo Hirano salientou que o município já aplicou ao menos a primeira dose da vacina contra a Covid em 91% da população adulta. Contudo, ressaltou que medidas de distanciamento social e o uso de máscara precisam ser mantidos. A grande preocupação, segundo ele, é porque “a variante Delta tem alta transmissibilidade, chega a ser seis vezes mais transmissível que a cepa original”.

Nessa segunda-feira (30), o município recebeu a confirmação de mais três casos da variante, chegando a quatro no total. Para Hirano, existe risco de um novo pico de infecção.

— A gente ainda está em um momento crítico, um momento difícil. E com essa nova variante circulando na cidade, não tenho dúvidas que nós poderemos ter aí um novo pico, um novo aumento de casos e, consequentemente, uma necessidade maior de leitos hospitalares, leitos de terapia intensiva e, inevitavelmente, um número maior de óbitos. Isso é tudo diretamente proporcional: quanto mais casos eu tenho, mais leitos eu passo precisar; mais terapia intensiva eu preciso e mais óbitos nós vamos ter. É uma sequência inexorável, inevitável.

Sobre a vacinação, o secretário destacou que pacientes vacinados há mais de seis meses, sobretudo idosos, já começam a apresentar queda no nível de anticorpos, ficando novamente expostos ao vírus.

Para o futuro, Hirano vislumbra um atendimento de emergência regional, com unidades do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) nas localidades de Campos e municípios vizinhos, contando com profissionais treinados para atender imediatamente pacientes que estejam sofrendo infarto ou derrame cerebral. Outra meta é iniciar a obra do HGG, em breve, sem fechar a unidade e atuando por etapas.

“Buscamos todas as possíveis alternativas de como absorver essa população que é atendida no HGG, e não conseguimos encontrar. Tivemos que mudar a decisão, temos que fazer a obra mantendo o HGG funcionando. Não é fácil, é muito difícil, e vamos ter que pedir muita paciência à população. É igual a reforma em casa: vai fazer uma obra em um banheiro dentro de casa, veja a confusão que é. Imagina em um hospital! Mas a gente está com tudo organizado, com tudo preparado para iniciar. E vamos iniciar essa obra em breve, talvez em um mês, um mês e meio. E até abril vamos estar entregando o primeiro bloco.”, concluiu.

*Com informações da Folha 1

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